OPINIÃO
Transporte Público – Mobilidade Humana
   
Hoje, a Comandante Nádia versa sobre o custo, e ao mesmo tempo a gratuidade para alguns, do transporte público. Confira!

Por Comandante Nádia Gerhard
08/07/2021 14h34

A crise do transporte público é, sem dúvida, o maior desafio das médias e grandes cidades brasileiras. A pandemia apenas agravou o que já era crítico. A redução ou a isenção de impostos para as empresas de ônibus é apenas um remédio com efeitos temporários. É preciso estudar melhor o setor para viabilizar um projeto de longo prazo, e não algo que tenha que ser discutido a cada seis meses.

O primeiro ponto que é preciso deixar claro: o único prejudicado é o passageiro. Ele é o paciente que precisa de atenção. A principal causa para o ponto a que chegamos é a tecnologia, que revolucionou o transporte no mundo. Os aplicativos facilitaram o cotidiano de todos.

Então, os aplicativos são os responsáveis pela crise do transporte público? Claro que não! Isso faz parte do mercado, que ocupa o espaço por demanda não atendida ou por serviço mal prestado. Os aplicativos geram milhares de empregos, conforto e receita para os cofres públicos. Mas, obviamente, muita gente não tem condições de pagar diariamente para chamar um motorista de aplicativo e depende dos ônibus para ir e voltar do trabalho ou dos estudos. Porém, com a crise do setor, as prefeituras não podem carregar essas empresas no colo.

Hoje, estima-se que 21% dos passageiros não pagam passagem no Brasil. Mas alguém está pagando essa conta. Obviamente, a gratuidade está sendo custeada pelos passageiros pagantes, o que torna o valor salgado. Lembra-se que não há lei prevendo fontes de recursos para custear a gratuidade. Isso não é justo; afinal, quem usa ônibus urbano, usa por necessidade e não porque “ama” sair de casa para passear de coletivo.

Diversas formas para viabilizar um transporte público com valor acessível e justo a todos são analisadas: integração dos ônibus da região metropolitana, tarifas reduzidas em horários fora do pico, veículos menores, etc. No entanto, entendo que não é mais assunto para se tratar de forma isolada e individual pelas Prefeituras. É assunto urgente para o Congresso Nacional.

   

  

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