COLUNISTA
CADA IDADE TEM SEU TEMPO
   
O segredo é aceitar o ritmo do tempo, ele é justo, mesmo quando parece implacável.

Por Jaime Folle
13/11/2025 17h50

Como é difícil aceitar as fases da vida! Parece que não queremos aceitar que cada idade tem seu tempo. Vivemos em uma época em que o relógio parece correr mais rápido do que a vida. A pressa em crescer, a ansiedade por conquistar e o medo de envelhecer nos fazem esquecer que cada fase da existência tem o seu valor, o seu ritmo e a sua beleza. O tempo não é um inimigo, ao contrário é um mestre silencioso que nos ensina, pouco a pouco, o sentido de estar vivo.

Na infância, somos pura curiosidade. Tudo encanta, tudo surpreende. O mundo é um grande quintal de descobertas e imaginação. É o tempo de sonhar alto, de brincar sem medo, de construir as primeiras lembranças que serão o alicerce da alma. A juventude chega como um vento forte: é o tempo das escolhas, dos erros e acertos, das paixões intensas e das primeiras responsabilidades. É quando aprendemos, muitas vezes com dor, que liberdade também significa consequência.

Depois vem a maturidade, e com ela o olhar mais calmo. Já não buscamos apenas conquistar, mas compreender. O trabalho, a família e os vínculos ganham outro significado. É tempo de plantar com consciência, de orientar quem vem depois e de agradecer pelo que o tempo nos permitiu construir. A vida já não é mais uma corrida, mas uma caminhada que pede presença, equilíbrio e sabedoria.

E então chega a velhice — que não deveria ser vista como o fim, mas como o coroamento da jornada. É o tempo da colheita. De olhar para trás com serenidade e perceber que, apesar das imperfeições, cada momento valeu a pena. É o tempo de compartilhar histórias, de rir das próprias falhas, de reconhecer que o essencial sempre esteve nas coisas simples.

Cada idade tem seu tempo, e a vida é generosa com quem entende esse compasso. Quem tenta viver a infância com a pressa de um adulto perde a leveza do agora. Quem quer reviver a juventude sem aceitar o amadurecimento corre o risco de viver preso ao que já passou. O segredo é aceitar o ritmo do tempo, ele é justo, mesmo quando parece implacável.

Porque, no fim das contas, a vida não é sobre correr atrás do tempo, é sobre caminhar com ele, de mãos dadas, aprendendo a valorizar cada instante do caminho da nossa vida.

Até a próxima.

   

  

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