COLUNISTA
AS MESMAS PESSOAS QUE APLAUDEM A AUTOMAÇÃO HOJE ESTARÃO DESEMPREGADAS AMANHÃ
   

Por Jaime Folle
01/07/2025 17h26

Não sou retrógrado, pelo contrário, adoro a tecnologia, porém o que me preocupa é que a automação e a inteligência artificial que têm sido celebradas como os grandes marcos da modernidade, podem fazer com a sociedade, um caos social. Seja em linhas de produção, no atendimento virtual ou na própria tomada de decisões, as máquinas já ocupam um espaço cada vez mais presente em empresas e indústrias. Muitos aplaudem essa evolução como um sinal inequívoco de progresso, produtividade e redução de custos.

No entanto, há um ponto que poucos param para refletir: as mesmas pessoas que aplaudem essa mudança tecnológica hoje podem, amanhã, perder suas empresas e o próprio emprego para essas ferramentas que agora exaltam. Afinal, a automação não distingue entre tarefas simples e tarefas complexas quando o objetivo é tornar os processos mais rápidos e baratos, não possuem sentimentos e nem complexo de culpa.

Esse impacto não se restringe às atividades repetitivas. Graças aos avanços em algoritmos e aprendizado de máquina, até áreas que antes pareciam “blindadas” – como a criação de conteúdo, o diagnóstico médico e o atendimento ao cliente – já sentem o impacto da substituição humana por robôs e programas cada vez mais sofisticados.

A ironia é que, quando o ser humano aplaude entusiasticamente essas conquistas, está também aplaudindo sua sepultura e o fim de muitos postos de trabalho que sustentam famílias inteiras. O trabalhador que ontem comemorava a implementação da máquina mais eficiente pela amanhã, vai ver excluído do mercado de trabalho por essa mesma máquina no turno da tarde.

Portanto, há que se pensar com cautela e senso crítico sobre o rumo que estamos tomando. Não basta apenas aplaudir a inovação como se fosse um fim em si mesma. É urgente que empresas, governos e sociedade em geral avaliem os impactos sociais da automação e criem mecanismos para requalificação profissional, garantindo que as pessoas possam se reinventar e acompanhar essas transformações ou as cargas de impostos serão altíssima, para que o governo sustente mais da metade da população com sextas de alimentos e aluguéis sociais, por falta de trabalho para esta gente.

Sem esse cuidado, o que parece um progresso inevitável hoje, pode se tornar um dilema social amanhã, aliás, já é um dilema hoje! Quando os que aplaudiam a máquina percebam que foram deixados para trás por ela.

Até a próxima

 

   

  

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